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Sandumonenses relatam experiência durante apagão em Portugal: "assustador e caótico"

Sandumonenses relatam experiência durante apagão em Portugal: "assustador e caótico"

Data de Publicação: 2 de maio de 2025 16:51:00 Portal 14B: Felipe Ribeiro mora em Portugal há seis anos, já Fernanda Pitella estava em Portugal durante uma viagem à Europa

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 Por Peterson Escobar - Repórter...

Um blecaute de grandes proporções deixou a maior parte da Espanha e de Portugal no escuro na última segunda-feira (28), paralisando trens, metrôs, voos e afetando gravemente o sistema de saúde e a indústria. As capitais, Madri e Lisboa, registraram também falhas generalizadas nos sinais de celular. O apagão teve início por volta das 7h no horário de Brasília (11h em Lisboa e 12h em Madri) e a situação foi vivida por alguns sandumonenses. 

Felipe Ribeiro, 31 anos, se mudou há seis anos para Portugal. Atualmente, o artista mora em Barreiro, cidade próxima à capital Lisboa, e contou ao Portal 14B como passou pelo "apagão".

"Eu como tenho alguns equipamentos de camping, gosto muito de aventura, estava relativamente preparado. Eu tinha fogão a gás, tinha tudo, eu conseguia sobreviver. Mas ao caminhar na rua, eu via o rosto das pessoas apavoradas, um caos, os mercados fecharam as portas. Quem estava trabalhando não conseguiu pegar água, nem comida, ficou sem recurso nenhum. O sinal de telefone parou, tudo estava apagado. O primeiro impacto pra mim foi um caos. O colapso veio sem dar sinal nenhum, foi assustador. Teve um lado que o pessoal romantizou,  as pessoas foram pra rua, conversaram mais, uma pausa forçada, pai com filho, e o mundo parou. Mas eu ficar incomunicável aqui, longe da minha família, sem saber o que estava acontecendo, apesar de estar relativamente bem estruturado, não foi muito confortável, pra ser honesto. O conselho é que as pessoas se preparem pra ter um mínimo básico até que as coisas se ajustem", comentou Felipe. 

Apesar do susto, segundo o brasileiro, nenhum ato de violência foi registrado na região em que ele mora. "As câmeras não estavam funcionando, os caixas eletrônicos estavam totalmente expostos, e a incidência de violência nesse dia inteiro na região foi zero. Eu li um artigo que a Polícia parabenizou as pessoas, foi uma fragilidade social enorme, mas não foi o caso aqui", disse.

Já a escritora Fernanda Pitella tinha feito uma viagem à Europa e tentava retornar ao Brasil. Contudo, com o blecaute os aeroportos foram todos paralisados.  

"Lisboa ficou desconectada do mundo, foi um caos geral, um caos no trânsito, um caos no serviço de aviação, as pessoas entraram em pânico, correram para os supermercados e esvaziaram as prateleiras, o comércio fechou. Todo mundo com medo que fosse um ataque terrorista, então foi uma situação jamais vista na Europa nos últimos anos. Estava eu meu marido retornando para o Brasil, no aeroporto, sem luz, depois de várias horas a polícia mandou sair do local sem malas e pertences. Ficamos todos na rua, velhos, crianças, sem informação, acredito que muitas pessoas tenham dormido nas calçadas. Não conseguia comprar nada porque não funcionava cartão de crédito, ninguém conseguia ligar para seus familiares em busca de apoio, a internet falhava muito", relata.

Volta ao Brasil sem as malas

"As pessoas que viajavam chegando ou partindo de Portugal tiveram suas malas extraviadas, mais de 7 mil bagagens foram extraviadas. No dia seguinte, as pessoas retornaram ao aeroporto para tentar resgatar as malas e remarcar o voo. Vivemos momentos muito dramáticos e caóticos também, nós resolvemos retornar ao Brasil sem as nossas malas porque não havia mais condições de ficar lá, essa parte de hotel, alimentação e transporte tudo pesando no bolso de cada pessoa. O governo não ofereceu nenhum apoio, não deu nenhuma resposta e, nesses casos, as companhias aéreas não se responsabilizam pelos danos e prejuízos fortuitos. Voltamos para o Brasil e as malas foram extraviadas", contou Fernanda. 

O que diz o governo de Portugal

O governo de Portugal concedeu um prazo máximo de 20 dias para receber as auditorias sobre os incidentes registrados nas telecomunicações, aviação e transportes do país devido ao apagão ocorrido na segunda-feira passada. O Ministério das Infraestruturas e Habitação anunciou nesta quinta-feira, em comunicado, que emitiu três despachos solicitando à Autoridade Nacional de Aviação Civil (Anac), à Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e ao Instituto de Mobilidade e Transporte (IMT) a realização de auditorias “e uma análise técnica aprofundada dos incidentes” ocorridos após o apagão de segunda-feira.

 

Fotos: Reprodução

 

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